Com acordo, batalhões do ES devem ser liberados ainda neste sábado
O pedido foi aceito com a condição dos processos administrativos e ações judiciais serem suspensas. Até às 12 horas as manifestantes devem deixar os locaisFolha Vitória
Redação Folha Vitória
Em uma reunião que durou nove horas, os familiares dos policiais militares chegaram a um acordo junto ao Governo do Espírito Santo. Ainda neste sábado (25), até às 12 horas, as mulheres devem liberar as portas dos batalhões que ainda estão bloqueados. O pedido foi aceito com a condição dos processos administrativos e ações judiciais serem suspensas.
A reunião, que teve início às 22 horas de sexta-feira (24) e terminou às 7 horas deste sábado, mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT), e contou com representantes do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), da Defensoria Pública e até da Central Única dos Trabalhadores (CUT). “O Ministério Público do Trabalho, junto ao TRT e a Defensoria, pede a suspensão dos processos administrativos, mas os inquéritos estão na Justiça e não podemos transgredir. Os procedimentos serão avaliados”, explicou o secretário de Direitos Humanos do Estado, Júlio Pompeu.
Além do acordo fechado, foi definido que na próxima quinta-feira (2) haverá uma nova reunião, parecida com a que aconteceu nesta madrugada, para retomar as negociações.
Sobre as tropas das Forças Armadas no Estado, o secretário disso que isso ainda vai ser visto. “Mesmo com o retorno da polícia, as pessoas ainda estão muito assustadas. Acredito que o prazo para as Forças Armadas deve ser cumprido para ajudar no processo de restabelecimento da confiança do cidadão no sistema de segurança pública”, afirmou.
Até sexta-feira 61 cidades já estavam com os batalhões liberados, mas em 17 municípios ainda havia bloqueios. Os locais que ainda tinham manifestações são: Alegre, Guaçui, Apiacá, Jerônimo Monteiro, Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto, Cachoeiro de Itapemirim, Mimoso do Sul, Castelo, Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Nova Venécia, Aracruz, Linhares e São Mateus.
O movimento
Familiares de policiais militares do Espírito Santo foram para a frente de batalhões da Polícia Militar, em diversos municípios capixabas, impedindo a saída de viaturas e de PMs para a realização do policiamento nas ruas no dia 4 de fevereiro. Os manifestantes exigiam reajuste salarial para os militares, além de pagamento de auxílio-alimentação, periculosidade, insalubridade e adicional noturno.
Por causa da falta de policiais nas ruas na primeira semana do movimento, uma onda de saques, arrastões e homicídios aconteceu em diversos municípios capixabas, fazendo com que comércios e repartições públicas fossem fechados e serviços suspensos. Além disso, nesse período ocorreram 181 homicídios na Grande Vitória e em cidades do interior.
Investigação
A Polícia Federal investiga a origem do movimento. Um grupo político ligado ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) esteve na linha de frente da comunicação e da logística do motim que parou a Polícia Militar, segundo levantamento do Estado em conjunto com uma equipe de especialistas em redes sociais.
Veja a ata assinada: